O arquivilão invisível

O centro das atenções nesse momento é o avanço rápido do novo vírus, para a tristeza de nosso presidente, que tem holofotes diários por apenas o que fala e deseja. Devo concordar com o tipo de abordagem de não criar pânico sobre essa nova epidemia, pois a despeito da mentalidade da população dos dias de hoje, com a banalização do ódio, é preciso ter atenção a higiene e evitar nesse período, grandes aglomerações. Mas não é uma exclusividade brasileira. Recentemente, a população do Irã queimou um hospital em Bandar Abas, com pacientes dentro, por causa de um paciente com o Coronavírus.

Vamos conviver com essas epidemias cada vez mais, então é preciso mais que nunca serenidade e tranquilidade para poder lhe dar com as situações com maior racionalidade possível. E essa racionalidade é importante também para enfrentar o vírus da ignorância que assola a internet. Saber separa o joio do trigo é um aprendizado para muitas pessoas, até para saber separa o que é verdade e fake News. Muita coisa já foi falada aproveitando a insegurança da população. Desde fórmulas milagrosas para cura do Corona, como de informações do tipo que o novo vírus não resiste ao calor, pois está em áreas com temperaturas baixas. Em Singapura também é bem quente e está cheio de casos. Ainda não se sabe se o vírus tem sobrevida menor, mas o importante é ter conhecimento. Só o conhecimento tira as pessoas da ignorância.

Uma coisa não se pode negar, dentro do susto das pessoas e suas interpretações pessoais (e é isso que devemos combater), é o baque já sentido na economia de países com um surto mais acentuado da doença. Austrália e China estão entre os países mais afetados. É claro que fica uma ponta de desconfiança para um país que estava incomodando os EUA na economia. Todos os países chamados emergentes, tiveram grandes focos de situações que tiraram da nova ordem mundial. Brasil com o golpe, Rússia com a Ucrânia e África com guerras, tiraram o novo polo econômico de competir com os americanos, que estão novamente na liderança mundial. A China foi a única potência de crescimento econômico inabalável a décadas que não tinha sofrido um revés. O revés foi ter Trump encafifado com essa hegemonia.

É claro, existem teorias da conspiração que afirmam que os americanos deliberadamente provocaram uma guerra bacteriológica para conter o avanço de controle chinês no mundo. Tudo começa com os vídeos, que são antigos, de chineses comendo morcegos. Logo depois, afirmaram que não se tratava dos morcegos, mas de animais selvagens como o Pangolim que seriam os responsáveis diretos da estranha mutação. O youtuber Jordan Sather, foi um dos primeiros a sugerir isso. Ele compartilhou um link de 2015 feito pelo Instituto Pirbright, que fala sobre o desenvolvimento de uma versão enfraquecida do coronavírus para uso potencial em vacinas para tratar doenças respiratórias. Existem outras teorias, sem nenhuma prova, de haver uma espécie de espionagem para disseminar o vírus na população. A guerra bacteriológica é uma realidade usada desde 1800, porém, o assunto deve ser tratado com muita cautela porque, assim como os youtubers, despejar teorias sem nenhuma comprovação é muito fácil, mas o estrago feito na cabeça dos incautos é muito grande.

Com informação sobre o Covid-19, podemos nos precaver com soluções simples. Tivemos experiência na época do SARS, em que os hábitos de higiene foram implementados, todos se uniram para novas formas de conivência em grupos. Quando a doença foi controlada, deixamos de lado esses hábitos. Por que? Talvez porque estávamos nos precavendo contra o desmonte da cultura, direitos sociais, a extinção das livrarias e o avanço das minas de exploração em terras indígenas.

Uma coisa é certa. A humanidade será derrotada por esses agentes microscópicos, mas resistirá bravamente até o último homem. Saudades da época em que nosso maior arqui-inimigo era o José Lewgoy. Não era ambíguo nem difuso, apenas original.